Nesta sexta-feira (18), dezenas de moradores do município de Igarapé do Meio foram a um trecho da Ferrovia Carajás, naquele município, protestar contra o não aproveitamento da mão de obra local no processo de expansão da estrada de ferro. O protesto pacífico durou apenas alguns minutos e serviu de alerta para os representantes da Vale.
No dia 18 de agosto deste ano foi a vez de moradores desempregados de Tufilândia reivindicarem o mesmo.
A ferrovia corta esses municípios. Há canteiro de obras em vários pontos. No entanto, os moradores afirmam que a mão de obra local não está sendo aproveitada.
Em Tufilândia os manifestantes interditaram a ferrovia e queimaram um ônibus e uma caminhonete da Vale. O protesto terminou no dia seguinte após negociação com representante da mineradora.
Em Santa Inês, o prefeito Ribamar Alves e os 17 vereadores tomaram a frente e pressionaram a Vale a absorver a mão de obra local. E deu certo!
A gerência regional da mineradora Vale recebeu para uma reunião o prefeito Ribamar Alves e sete dos 17 vereadores da Câmara Municipal de Santa Inês. Representantes do Consorcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás (Comefc) também estiveram presentes. O encontro aconteceu na tarde da última quinta-feira (17), no escritório da Vale, e teve como objetivo esclarecer dúvidas acerca das obras de expansão da ferrovia, a qual corta cerca de 10 municípios do Estado do Maranhão.
Ao abrir a reunião, o gerente regional da Vale, Luís Carlos Rodrigues e sua equipe apresentaram números sobre a atuação da mineradora em Santa Inês, principalmente no que se refere à duplicação da EFC. Durante a apresentação, vereadores aproveitavam para solicitar detalhes sobre o trabalho da Vale no município, cobrando principalmente o aproveitamento da mão-de-obra local no serviço de expansão.
Os vereadores se demonstram inconformados com a situação de pessoas que não estão tendo oportunidade atuar na duplicação e solicitam da Vale um posicionamento. O prefeito Ribamar Alves chegou a citar que a Prefeitura capacitou mão-de-obra, em parceria com o Senac e Senai. Porém, esse pessoal não está sendo aproveitado. “Implantamos o Senai no Município, auxiliamos na realização de cursos de capacitação. Mas esses profissionais continuam fora do mercado de trabalho em Santa Inês”, lamentou o prefeito.
Presente à reunião, o presidente da Câmara de Santa Inês, vereador Orlando Mendes, disse que os vereadores foram procurados por pessoas desempregadas para interceder junto à Vale sobre essa questão, já que o município tem mão-de-obra disponível e que em sua maioria não foi aproveitada nas obras de expansão da EFC no município.
A Vale defende que grande parte dos trabalhadores que atuam na duplicação da EFC em Santa Inês foi recrutada no município, inclusive com pessoas indicadas pelos comitês de interlocução criados ao longo da área de atuação da ferrovia.
Ao final, ficou decidido que a mineradora encaminhará uma lista dos trabalhadores que atuam na área de duplicação da EFC em Santa Inês, para posterior triagem e complemento do quadro e reposição de pessoal com base em lista a ser encaminhada pela Prefeitura de Santa Inês, com aval dos vereadores locais.
(FOTOS: MAGNO LIMA)
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