POR OSWALDO VIVIANI e GABRIELA SARAIVA (JP)
Se apresentou na Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC), no fim da noite de ontem (19), o funcionário público municipal John William Sousa de Lima, conhecido como “John Gordo”, de 31 anos. Ele é apontado pela polícia como o homem que atropelou e matou Larissa Pamelma Alves dos Santos, de 12 anos, além de ter ferido outras duas pessoas, na praia do Olho d’Água, na madrugada do último domingo (18). O depoimento do acusado entrou pela madrugada de hoje e terminou às 2h45. O veículo que era conduzido pelo atropelador, um Ômega preto, está apreendido no pátio da Secretaria de Segurança Pública, na Vila Palmeira, onde também fica a SPCC. “John Gordo” teria se apresentado após seu advogado combinar com o delegado Sebastião Uchoa – titular da SPCC – a ida dele à polícia num horário em que não ficasse exposto à imprensa.
Ontem (19), o delegado Sebastião Uchoa, informou ao Jornal Pequeno que duas pessoas que presenciaram o atropelamento já foram ouvidas pela delegada Ana Cláudia Melo, da Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT), responsável pelas investigações.
John William estaria participando de um ‘racha’ quando atropelou e matou Larissa e feriu outras 2 pessoas
John William seria morador da Rua B, quadra 10, n° 10, no Planalto Anil 2. De acordo com levantamentos feitos por policiais do Serviço de Inteligência do 8º BPM, que também participam das investigações, ele é conhecido por praticar “rachas” e sempre dirigir em alta velocidade. Teria adquirido o veículo que matou Larissa de um agente da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).
Informações que chegaram ao Disque Denúncia (3223-5800), posteriormente repassadas à SPCC e à DAT, ajudaram a chegar ao nome do acusado, que fugiu do local sem prestar socorro às vítimas.
Como tudo aconteceu
Segundo populares, o acidente aconteceu por volta das 2h30 de domingo. Na ocasião, John William estaria participando de um “racha” na faixa de areia, conduzindo em alta velocidade e fazendo manobras arriscadas com um veículo Ômega.
Larissa estaria voltando de um banho de mar, na companhia de sua irmã Cleane Cordeiro Alves dos Santos, de 19 anos, e de um rapaz.
Os três foram surpreendidos e atropelados pelo veículo, nas proximidades do Caranguejo Bar. Larissa teve morte instantânea. Ela sofreu diversas fraturas expostas. Cleane e o rapaz também tiveram fraturas e foram levados para o hospital.
Segundo Cleane, eles estavam em uma confraternização no Itapera/Maracanã e, após isso, teriam se dirigido à praia, a pedido de Larissa. “Só deu para ver que o carro era preto, porque estava em velocidade muito alta na beira da praia”, contou Cleane.
O cozinheiro Arlindo Macedo Santos, pai de Larissa, disse que ao chegar à praia ainda tinha esperanças de encontrar a filha viva, mas ao levantar o papel de alumínio que cobria o corpo, constatou que se tratava, de fato, de Larissa. “O rosto dela estava perfeito, mas do pescoço para baixo ficou tudo ‘arrebentado’. Eu tentei erguê-la, mas não consegui. As pernas delas caíram em cima de mim”, afirmou o cozinheiro.
Denúncia
Segundo comerciantes e moradores da praia onde aconteceu o acidente, “rachas” são comuns no local. “Eles começam os ‘pegas’ na sexta-feira e vão até o domingo. Isso aqui vira um ‘inferno’. Ninguém consegue dormir. Junta uma multidão de gente, em carros com som nas alturas, durante toda a madrugada”, revelou uma comerciante, que preferiu não ser identificada.
Outro comerciante, conhecido como Joãosinho, contou que a situação é pior do que se imagina. Segundo ele, os “rachas” são sempre acompanhados de bebida alcoólica e muita droga. “A polícia até passa por aqui, mas faz vista grossa e não resolve nada. O pior é que não é só adulto. Tem muitos adolescentes participando disso tudo”, denunciou Joãosinho.
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