Se Esta Rua Fosse Minha

     - Já pensamos em colocar uma placa bem grande aqui na rua com a frase: “Sejam bem vindos à rua esquecida!”- Disse Rosângela Brandão, de 48 anos. A dona de casa mora na travessa São José, no bairro Canecão, há 40 anos. Buracos ocupam parte da rua e as laterais ficam por conta do mato.

Travessa São José

     Os vizinhos de Rosângela Brandão ecoam (claro!) as frases de revolta. Estas podem ser facilmente ouvidas por toda Santa Inês. Basta parar para ouvi-las.

     Não é ‘privilégio’ dos moradores da travessa São José. Tampouco dos moradores do bairro Canecão. Trechos de ruas dos vizinhos Sabak e Vila Militar compartilham de problemas semelhantes.

     Recebi, no último dia 12, por meio do Facebook, uma denúncia da Supervisora de vendas Adriana Araújo. Ela diz que veículos pesados estão destruindo trechos da Rua Marechal Deodoro da Fonseca, já desgastada pelo tempo. 

Rua Marechal Deodoro da Fonseca

     E quanto mais periférica for a comunidade mais complicada/delicada parece ser a situação. Partindo desse pressuposto, o sentido contrário deveria ser decrescente em relação à questão. Mas, moradores das ruas Do Milho, Do Mercado Municipal, da Morais Rego e do Fio –bem no miolo da cidade- têm discursos semelhantes ao citado acima.

Rua do Milho

Rua do Fio

Rua Morais Rego

Rua do Mercado Municipal

      Em um pequeno giro pela cidade, registrei apenas alguns casos de ruas destruídas pela ação das últimas chuvas, pelo tempo e de algumas outras que já se tornaram problemas crônicos. É o caso da Rua da Palma. Um pequeno trecho que dá acesso à Avenida Governador Sarney, no centro da cidade, quase intrafegável. E, neste caso, o ‘quase’ só existe na frase anterior por causa dos próprios moradores do local. Muitos afirmam que o tapa-buracos é feito em regime de mutirão de vizinhos prejudicados. Iniciativa deles, financiada por eles.
     O leitor pode está pensando agora: “Ah! Isso não é nem um terço da situação da rua tal... etc.” Não me surpreenderia nem um pouco com isso! Mas volto a ressaltar que foi apenas um pequeno giro pela cidade.
     A intenção é mostrar que muitas comunidades de Santa Inês precisam de assistência. O Ano de 2012 está chegando e alguém pode pagar a fatura pelo descaso.
     É válido ressaltar que algumas obras estão em andamento na cidade: Portal de entrada de Santa Inês - incluindo duas praças nas margens da BR 316, na COHAB-, praça da Juventude, no Parque da Raposa e recuperação da rua do Bambu, no centro de Santa Inês. Mas, é preciso um pouco mais do que isso para satisfazer as necessidades desse povo. E olha que estou focando apenas em infraestrutura de ruas e avenidas.
     É bom começar a agir, nem que seja embalado pela canção de ninar: “Se esta rua fosse minha, eu mandava ladrilhar [...]” E nem precisa ser de brilhantes.