A delegacia da Polícia Civil de Esperança, no Agreste paraibano, começou a investigar nesta sexta-feira (24) a morte de uma menina de 2 anos de idade, que teria sido asfixiada pela mãe, de 16 anos. De acordo com o delegado Malon Casemiro, a adolescente teria confessado o suposto crime pela manhã ao padre da cidade, que se encarregou de levá-la ao Conselho Tutelar para esclarecer o ocorrido. Por volta de meio-dia, ela prestou depoimento na delegacia.
Segundo o delegado, a morte aconteceu no dia 14 de fevereiro. Conforme o depoimento da mãe, a criança tinha crises convulsivas com frequência e era acompanhada por médicos do Programa de Saúde da Família na cidade. Depois de mais um ataque epiléptico, a menina foi levada pela mãe ao médico e teria sido recomendada a voltar para casa e continuar administrando os remédios. "Ela disse que se sentiu angustiada e abalada com a situação e sufocou a menina com o travesseiro", explicou Malon Casemiro.
Ainda em depoimento, a mãe teria dito que colocou a menina de volta na cama e fingiu que ela estava dormindo. "Foi o marido que percebeu que a filha estava fria e a levou de volta para o médico, que deu o atestado de óbito como se a causa fosse uma convulsão, possivelmente sem desconfiar que a menina possa ter sofrido violência", disse o delegado.
Conforme o delegado, a adolescente passou mais de uma semana "amargurada" com a situação e resolveu contar ao marido, que recomendou que ela se confessasse com o padre da cidade. A mãe foi encaminhada pela manhã ao Conselho Tutelar, que a apresentou à delegacia.
O delegado ouviu depoimentos do marido da adolescente e de outras pessoas da família. Ele informou que também vai intimar o médico que assinou o atestado de óbito da criança para avaliar a necessidade de solicitar a exumação do corpo. O objetivo seria solicitar exames à Unidade de Medicina Legal de Campina Grande para confirmar se houve asfixiamento.
A Polícia Civil registrou um boletim de ocorrência circunstanciado e vai enviar o caso à promotoria de Esperança, que irá deliberar sobre a necessidade de internar a adolescente. Segundo Malon Casemiro, a mãe foi liberada porque, além de não haver abrigo provisório adequado na cidade, ela se apresentou espontaneamente.
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