16 de julho de 2015

Eleições 2016 - O tabuleiro em Santa Inês


Da Editoria Política do AGORA SANTA INÊS
Faltando pouco mais de um ano para as eleições para prefeito e vereadores, o município de Santa Inês ainda respira ares de indiferença sobre o assunto. É o que vislumbra-se olhando assim sem muito focar no tal panorama. Mas, basta fazer-se uma análise mais acurada que não é difícil de localizar aqui e acolá, vestígios de que há sim, movimentação nos bastidores, dos ditos grupos políticos de Santa Inês, se é que eles existem nessa categoria: grupos. Pelo menos no que diz respeito a movimentações na troca de legendas (o nome apropriado mesmo é troca, políticos mudam de partido em troca de alguma coisa, por alguma coisa que imaginam eles ser vantajoso) isso vai aos poucos saltando aos olhos dos mais atentos e será assim, até o começo do mês de outubro deste ano, quando será encerrado o prazo para o troca a troca de siglas de quem pretende disputar os cargos de prefeito, vice e vereador em 2016.

O caso mais recente diz respeito aos passes dos membros tidos como do grupo “B e C”, Bringel e de Cabral, que no sábado passado, concretizou o troca a troca, com a filiação da ex-deputada estadual Vaney Bringel no PSDB. Os três, sem muito alarde, desembarcaram definitivamente no partido do vice-governador Carlos Brandão - que se diz dono da sigla no Estado, aliado do governador Flávio Dino (PC do B) - o que os faz portanto, aliados – os três, Roberth, Cabral e Vianey – agora de Flávio Dino, que vem a ser arqui-inimigo do grupo Sarney, onde conviveram os três, por mais de três décadas, no caso de Roberth Bringel, desde 40 anos atrás, e aliado de primeira hora de Ribamar Alves (PSB) prefeito de Santa Inês. 



COMO ASSIM, A MUDANÇA? 
O que teria levado os três a fazerem uma conversão política tão brusca, transparecendo que passaram uma rasteira nos Sarney, logo no quarto ou quinto mês do governo de Flávio Dino, e pouco mais de meio ano depois da eleição deste para governador? Teriam, os três, ido assim de bandeja para os braços de José Reinaldo, Carlos Brandão, Roberto Rocha e Flávio Dino sem nenhuma pretensão, e sem receberem nada em troca? Questionamento que irá perseguir o trio durante este ano e mais ainda no ano que vem, vez que trata-se de um discurso prontinho para seus adversários. Sobre isso voltaremos ao assunto oportunamente, mas isso já é fato. 

MUDANÇA DE CENÁRIO 
Diante desta novidade política saída do grupo “B e C”, abriu-se uma avenida política para o deputado estadual Sousa Neto (PMN), que por compromisso assumido no ano passado com o grupo “B”, sem o “C”, teria que apoiar quem este grupo indicasse para ser candidato a prefeito (a). Ocorre que Sousa Neto pertence ao grupo Sarney, é opositor ferrenho de Flávio Dino e tem como padrinho político Ricardo Murad, que vem a ser seu genro, sendo que Flávio Dino quer ver Murad fora da política e se possível, inelegível a qualquer custo a qualquer cargo. Diante desse cenário, Neto vai ser obrigado a sair para o “limpo” e candidatar-se a prefeito de Santa Inês com as bênçãos dos Sarney, dos Murad e contra o grupo “B” sozinho ou com o “C”, vez que ele se sente desobrigado a se unir a estes, que na melhor das hipóteses, não o teriam convidado nem para sair na “foto” da mudança espetaculosa e espantosa de lado. Sousa Neto diz que soube das filiações dos até então correligionários, através da imprensa: “não fui convidado nem para sair na fotografia”, reafirma ele. Sousa Neto teve mais de 15 mil votos para deputado estadual em Santa Inês. Tem, portanto, legitimidade para postular o cargo.

O FATOR RA 
Por falar em legitimidade, o X da eleição para prefeito no ano que vem, necessariamente tem que passar pelo Palácio Biné Sabbak, onde está postado o prefeito Ribamar Alves (PSB) sob a retaguarda de sua mulher, a suplente de deputada federal Luana Alves (PSB), que entre outras aptidões, é uma articulista política desde sempre! Alves começa a ganhar fôlego e a sair das cordas, pontuando com pequenas obras ali e acolá, nomeações acertadas para cargos que eram gargalos em seus dois primeiros anos de mandato, e vai fincar sua tentativa de reeleição em três bases: Educação, fomentando a vinda de universidades e aprimorando o que lhe é de responsabilidade, o ensino a partir de creches até o fundamental e técnico, ou um pouquinho mais adiante; no asfaltamento e recuperação de ruas no que for possível, e na Saúde Pública. Neste último caso estaria sua maior bandeira para a reeleição. Desde que o médico-cardiologista Tomaz Neto – (primo legítimo de Roberth Bringel que o adotou como adversário político) assumiu o comando do Hospital Municipal Tomaz Martins (nome do avô dos dois), Tomaz vem operando mudanças que tem como foco, fazer o que for possível para salvar vidas. O HTM tem sabe-se lá quantas décadas de existência, e há mais de duas é alugado para o município, mas nunca teve uma UTI e muito menos uma ala adequada para receber RN,s – recém-nascidos. Vai ter esta última a partir da semana que vem, garante Tomaz que afirma ser hoje o HTM, um hospital humanizado. Se Ribamar Alves não quiser disputar à reeleição, Tomaz será o candidato a ser apoiado por ele, dizem os mais próximos politicamente dos dois, ou dos três, vez que nessa conta entra Luana Alves. 

OS OUTROS
E como em política quanto mais embaralhar as coisas, melhor fica para os políticos, visto que politica é a arte de dividir uma população em várias fatias, outros nomes também sonham ou povoam a mente dos eleitores quando o assunto é candidatura a prefeito. Sendo assim, não custa lembrar que o empresário Sirino Rodrigues, que disputou a eleição passada, ficando em terceiro lugar com mais de 8 mil votos, está convicto que será novamente candidato a prefeito, e que pode ser a grande surpresa da eleição de 2016. Mas por falar em surpresa, começa-se a comentar nos bastidores, uma possível candidatura também a prefeito, do delegado regional Valter Costa, a exemplo do seu colega de Imperatriz Assis Ramos que mesmo sem ser político ou filiado a qualquer partido, portanto, vem sendo a grande surpresa no tabuleiro da eleição em Imperatriz. Assis partiu do nada para 17 pontos na preferência do eleitorado e já subiu para 21% nas pesquisas, ameaçando o segundo lugar que é de Rosângela Curado velha praticante de corridas eleitorais. O delegado Regional de Imperatriz pode levar a prefeitura numa boa – já o consideram virtualmente prefeito eleito – repetindo o cenário de 2000, quando Jomar Fernandes, um modesto professor e fiscal de rendas do Estado atropelou o prefeito Ildom Marques, candidato à reeleição na ocasião e o deputado federal até então de vários mandatos, Sebastião Madeira, e se elegeu prefeito de Imperatriz. Se Valter cair nas graças do povo, o povo poderá leva-lo à prefeitura. Engana-se quem pensa que isso é devaneio da Editoria de Política do AGORA. Em política tudo pode acontecer, que o diga o grupo “B e C”.

O FATOR NONO 
Mas esta análise não estaria completa se não listássemos o nome do segundo colocado na eleição de 2012, o empresário Nono Ferreira. Ele obteve mais de 15 mil votos e só não se elegeu prefeito em razão das defecções que o grupo “B” permitiu que acontecesse no decorrer da campanha. Nono lutou muito, e gastou muita sola de sapatos nos bairros e periferia da cidade atrás de votos, enquanto nos bastidores era um empurra-empurra sem tamanho. Ele, marinheiro de primeira viagem em campanhas eleitorais, foi obrigado a sucumbir quando tudo fazia crer que estava tudo bem. Quem acompanhou de perto aquela campanha, sabe muito bem que se Nono perdeu a eleição, a culpa não foi dele. E se agora ele resolver ser candidato de novo – o PMDB estaria à sua disposição – já vai trilhar por um caminho que ele conheceu em 2012. E olha que Nono só não tem curso de doutor, mas aprende rápido às lições que toma. 

Da Editoria Política do AGORA SANTA INÊS
Título original: O TABULEIRO DA ELEIÇÃO EM SANTA INÊS EM 2016

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