14 de novembro de 2011

Por que quebra-molas recém-construídos em Santa Inês estão se desmanchando?




Há cerca de seis meses, Santa Inês era um canteiro de construção de quebra-molas. Os redutores de velocidade estavam sendo construídos não exatamente de maneira indiscriminada mas, em uma clara tentativa de se atender aos anseios da comunidade (cuja finalidade deixo a critério da interpretação do nobre leitor). 


Santa Inês ganhou quilômetros de asfalto. Isso é incontestável. Mas,  no pacote de pavimentação não estão incluídos motoristas mais educados. Isso é óbvio. Não generalizo. Existem aqueles que dirigem de maneira responsável. Asfalto novo, de uma forma ou de outra, estimula a irresponsabilidade (de alguns) ao volante. 


Moradores, então, cobraram a construção de quebra-molas. No bairro do Céu, por exemplo, depois de pavimentada a principal avenida, o trânsito fez pelo menos uma vítima. Uma criança morreu atropelada por um motociclista.  Revoltados, moradores cavaram valas em vários pontos da via e exigiram que a Secretaria de Obras construísse redutores no local. Houve, a partir daquele acidente um desencadeamento de cobranças semelhantes que partiram dos quatro cantos da cidade. E os quebra-molas foram construídos. Dezenas deles.


A resolução de nº 39 de 1998, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), considera que a implantação das ondulações transversais só deve acontecer após estudo de outras alternativas de engenharia de tráfego e quando estas alternativas se mostrarem ineficazes para redução de velocidade e acidentes. 

                                                                        Foto: Daniel Aguiar
Outra questão que, a princípio motivou esta reportagem é o fato de muitos desses quebra-molas estarem, literalmente, se desmanchando. A ponto de definirem as ondulações como 'Sonrisal'.

Na rua das Cajazeiras apenas um pedaço do recém-construído ainda permanece no local. Quem mora nas proximidades diz que o trabalho foi mal feito. Mas reconhece que muitos motoristas não respeitaram o período de secagem (cura) do cimento. Exatamente o que diz o secretário de obras de Santa Inês, Nicolau Miranda.


                                                                      Foto: Daniel Aguiar
Para o secretário, os quebra-molas foram construídos de maneira adequada, mas seria necessário aguardar por pelo menos sete dias para secagem completa das ondulações. Muitos motoristas, ainda segundo o secretário, simplesmente retiravam os cavaletes de interdição e passavam sobre os quebra-molas. "O resultado não poderia ser outro", disse Nicolau Miranda. "Agora, o que nós vamos fazer? Vamos refazer os que estão destruídos e cobrir todos com uma camada de asfalto, assim que tiver asfalto disponível na secretaria", finalizou.





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