Os bancários iniciam nesta terça-feira (11) a terceira semana de paralisação por aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Ao menos 9.090 agências de bancos públicos e privados devem ficar fechadas em 26 Estados e no Distrito Federal no 15º dia de paralisação, a mais abrangente dos últimos 20 anos feita pela categoria.
A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) diz que vai avaliar a greve nesta terça e pode “ampliar ainda mais o movimento, diante do silêncio da Fenaban [Federação Nacional dos Bancos] em retomar as negociações”.
A greve da categoria já é a maior nos últimos 20 anos, superando o pico de 2010, quando os bancários pararam 8.278 agências em todo país. Só na região metropolitana de São Paulo, a greve paralisa 812 locais de trabalho, sendo 16 prédios administrativos de banco, abrangendo 25 mil trabalhadores, de acordo com dados do Sindicato dos Bancários de SP, Osasco e Região.
Apesar disso, a reportagem encontrou várias agências de bancos privados funcionando normalmente e não fazendo qualquer menção à greve. Todas elas, inclusive as dos bancos públicos que aderiram à parada, mantêm caixas eletrônicos funcionando e atendimento telefônico.
A compensação bancária ocorre normalmente e, em alguns casos, dá até para os clientes entrarem nas agências para pagar contas e sacar dinheiro na boca do caixa.
Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, depois de rejeitarem a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban na quinta rodada de negociações, que significa apenas 0,56% de aumento real. Os trabalhadores do setor querem 5% de aumento acima da inflação, ou seja, reajuste de mais de 12%.
De acordo com o presidente da entidade, Carlos Cordeiro, os bancos insistem em não tentar fechar um acordo. Segundo ele, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e os patrões ignoram tentativas de acordo.
- Em vez de usar práticas antissindicais, como os interditos proibitórios, e intimidar os bancários com a divulgação de informações falsas e com a utilização de helicópteros para transportar funcionários, os bancos deveriam se preocupar em retomar o diálogo e apresentar uma proposta que atenda às reivindicações econômicas e sociais da categoria.
A presidente da entidade da Grande SP, Juvandia Moreira, afirma que os bancários não vão aceitar ameaças nem retaliações tanto dos bancos públicos quanto privados.
- A greve é um direito de todos os trabalhadores e a forma de resolver essa situação é os banqueiros apresentarem uma proposta que dialogue com as reivindicações da categoria.
Reivindicações
A categoria reivindica reajuste de 12,8% (5% de aumento real mais a inflação do período), valorização do piso, aumento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas consideradas abusivas, mais segurança nas agências, igualdade de oportunidades e melhoria do atendimento aos clientes.
Na última sexta-feira (7), a Fenaban disse, por meio de nota, que “fez duas propostas completas visando a acordo com os bancários e colocou-se à disposição do movimento sindical para tratar de eventuais acertos que fossem necessários. Portanto, não há razão para que a federação apresente nova contraproposta como querem os sindicalistas. O que se espera, agora, é que sejam discutidos os ajustes que levem ao acordo”.
Como pagar as contas nesse período? Há algumas alternativas como internet, caixa eletrônico, telefone, lotérica e até lojas e supermercados.
O caixa eletrônico permite todas as operações que seriam feitas na “boca do caixa” dentro das agências. A Febraban diz que há 179 mil caixas eletrônicos espalhados pelo país. É possível encontrar um perto de você pelo site da federação (www.febraban.org.br/buscabanco).
Para quem tem dívidas para pagar e não possui cartão para uso em caixa eletrônico, as lotéricas, lojas e supermercados podem ajudar, já que são correspondentes bancários e aceitam a quitação de diversas contas. A Febraban diz que 165 mil correspondentes estão aptos a atuar como bancos, inclusive permitindo saques de pequenas quantias.
No caso das contas de tarifas públicas como água, telefone, e energia, a orientação é para que o cliente procure as empresas que fornecem esses serviços para negociar uma saída. Além dos correspondentes, há o débito direto autorizado (que depois é liberado na conta-corrente pelo caixa eletrônico) e o débito automático que permitem o pagamento.
Se as contas estiverem atrasadas, o cálculo de taxas de multas é feito pelas próprias empresas e o valor extra vem na fatura do mês seguinte.
Fonte:R7
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