Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério da Educação admitiu, nesta quarta-feira, que estudantes do Colégio Christus, em Fortaleza, tiveram acesso a questões do Exame Nacional do Ensino Médio 2011 (Enem) antes da realização da prova, no último fim de semana. "Pelas informações que apuramos pelas redes sociais, os alunos tiveram acessam a nove questões da prova", disse o MEC. "Estudamos a possibilidade de cancelar a prova dos alunos desse colégio. Caso isso ocorra, eles farão a prova no final do mês junto com demais. Se ficar a apurado envolvimento da escola (no vazamento das questões), a instituição será processada."
O MEC informou ainda que já acionou a Polícia Federal na manhã desta quarta-feira para investigar o assunto. O objetivo é apurar como as questões da prova foram parar nas redes sociais.
O procurador da República no Ceará Oscar Costa Filho vai solicitar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionaios (Inep) a anulação de 14 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. Dias antes da avaliação federal, o Colégio Christus, escola particular de Fortaleza, apresentou a seus alunos um simulado com questões similares às do Enem.
"As imagens são provas irrefutáveis de que houve desequilíbrio no exame, favorecendo uns poucos e prejudicando milhões", diz o procurador. "No momento, a preocupação não é descobrir como as questões foram parar no simulado da escola, mas, sim, evitar que o exame seja desigual."
De acordo com o procurador, caso o Inep se recuse a anular as questões, o Ministério Público Federal no Ceará dará início a um processo judicial exigindo a anulação das perguntas e até a suspensão do Enem 2011. "Sempre que foram identificados problemas na aplicação do Enem, o Inep e o Ministério da Educação (MEC) relativizam o problema e jogam a poeira para debaixo do tapete. Esperamos que, desta vez, a atitude seja diferente", diz.
Costa Filho é figura conhecida nas batalhas judiciais envolvendo o Enem. Em 2010, ele conseguiu que o exame fosse suspenso temporariamente. Neste ano, tão logo o edital do exame foi publicado, o procurador ajuizou uma ação civil pública solicitando que os estudantes tivessem acesso à correção da prova de redação e pudessem contestar as notas atribuídas pelo Inep.
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